Como tudo Começou

Nosso município começou a ser colonizado por descendentes luso-brasileiros e caboclos situados às margens do nosso rio, desde onde se situa hoje a BR 470, avançando para o núcleo central em direção a Rio do Oeste.

O município de Laurentino teve início a sua colonização a 10 de novembro de 1908, com a chegada do primeiro morador, João Venceslau Pereira, um açoriano que foi considerado o fundador do nosso município. Construiu ele a residência as margens do Rio Itajaí do Oeste, no local onde hoje está situado a Escola de Educação Básica Tereza Cristina.

Laurentino etimologicamente deriva da palavra Laurentium, que na língua latina significa “ouro”, portanto, Laurentino é ouro.

O nome ou sobrenome Laurentino é gentílico da pessoa nascida na região de Laurento, hoje situada no território da Escócia, significa aquele que reluz, cintila e produz muito brilho, confirma que Laurentino é ouro.

O topônimo Laurentino é oriundo do sobrenome do senhor Manoel Laurentino de Andrade, um dos primeiros desbravadores da nossa terra, indivíduo que tinha a habilidade em cavar poços, sendo muito procurado com a identificação, “vamos  lá no Laurentino”, ficando a nossa terra com a denominação de Laurentino. Manoel Laurentino de Andrade era sobrinho da mãe do desbravador  João Venceslau Pereira, portanto primos.

Manoel Laurentino de Andrade tinha uma humilde choupana, localizada na atual Rua Cesário Bonacolsi, onde se localiza a entrada da ponte metálica. Quando as companhias colonizadoras começaram a comercializar os lotes legalmente, o senhor Manoel não mais se interessou em aqui permanecer, ou talvez, tenha sido obrigado a deixar a área porque tinha somente a posse ilegal. Talvez tenha retornado a cidade de origem. Estranha-se que nunca tenha voltado para visitar a cidade que lhe prestou esta homenagem.

         Para retratar a colonização, As margens do Rio foram edificadas uma escultura, que representa os imigrantes que vieram subindo o Alto Vale do Itajaí, pelo rio, se fixando em nosso município.  Também ilustrando o topônimo Laurentino, a escultura do Senhor Manoel Laurentino de Andrade, ao lado do poço que caracteriza sua atividade e suas ferramentas de trabalho.

 No meio religioso nosso município chegou a ser conhecido como Santo Antonio, denominação adotada pelos padres em virtude da capela aqui existente, dedicada a este Santo.

Todo o núcleo de colonização se situava às margens do Rio Itajaí do Oeste, que no princípio era a única via de comunicação natural que dispunham os colonizadores. Utilizaram-se da canoa, embarcação que transportava as pessoas de uma margem para a outra do rio, bem como levava os primeiros habitantes para o vizinho município de Rio do Sul para buscar alimentos, remédios e outros bens necessários para sobrevivência.

No inicio da colonização as residências dos laurentinenses eram bem rudimentares. Derrubavam a mata nativa abrindo um pequeno clarão, faziam a destoca dos troncos e iniciavam a construção da pequena casa. Primeiramente era usada madeira roliça abatida ou então ripas de palmito para armá-la. A cobertura era feita de folhas de palmito, coqueiro ou outras espécies isolantes da chuva, o piso era de chão batido. Mais tarde eram usadas tábuas serradas a mão. A dimensão da casa no inicio era bem pequena. Eram construídas altas do chão para evitar ataques de índios e animais ferozes.

Transcorrido algum tempo, já com uma derrubada maior do terreno, os colonizadores começaram a melhorar as suas casas. Embora muito simples, mas de tamanho maior. A madeira serrada ainda a mão com traçadores, usavam a madeira roliça ou falquejada a machado, a cobertura era feita de tabuinhas. Não eram usados pregos na fixação da armação, somente encaixes e cunhas de madeira, os pregos só eram utilizados na fixação das tábuas e tabuinhas. A grande preocupação era o numero de quartos para abrigar a grande família que iria se formar.

A partir de 1920 se iniciou a construção de pequenas serrarias para beneficiar a madeira. A madeira cortada a machado, no mato era puxada por dois bois ou cavalos até um estaleiro, as torras eram postas em carretões e conduzidas até a serraria. A madeira empregada era de qualidade dura existente em abundancia em nossa mata. A forma de pagamento era em percentual de madeira.

A arquitetura usada era comum para todos, o modelo era telhado de 2 águas. Começaram a ser construídas as primeiras casas de alvenaria em torno de 1930.

A agua utilizada normalmente era de poço construído perto da residência. Muitas famílias usavam as fontes quando existentes para abastecer as casas por declividade, a agua era conduzida por calhas de madeira, tubulação de bambu ou calhas de ripa de palmito.

Nos dias atuais nosso município possui a denominação da cidade das belas residências, podendo também ser denominada de “cidade das flores e dos belos jardins”.

 

 

Informações retiradas do Livro “A memória Retratando a Nossa História” de Valdemiro Avi

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